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sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Quando Sarah começou a jornada para casa em meio à neve, lembrou que Jason a havia levado praticamente arrastada para o bosque, andando tão rápido por causa de sua impaciência que foi um custo para Sara segui-lo. Estranho, pensou Sara, Jason fez questão que eu visse esta coruja gigante e agora à três dias, ela não dá uma palavra sobre isso... Parece-me que ele e Billy não vêm aqui todos os dias à procura de Salomão. Parece como se tivessem esquecido dele. Eu tenho que lembrar de perguntar a Salomão amanhã o que ele pensa sobre isso.

Ao longo dos próximos dias, Sara se dizia muitas vezes: "Eu tenho que perguntar a Salomão o que ele pensa sobre isso." Costumava sempre levar um pequeno caderno no bolso, onde tomava nota das questões que queria discutir com ele.

Para Sara era como se não houvesse tempo suficiente para falar com Salomão todas as coisas que queria dizer. O curto espaço de tempo entre o abandono da escola e quando ela devia voltar para casa, para fazer sua lição de casa antes que sua mãe retornasse do trabalho, era pouco mais que 30 minutos.
Não é justo, pensava Sara. Passo o dia com os professores chatos que não são um décimo tão inteligentes como Salomão, e uma escassa meia hora com o professor mais inteligente que já tive. Hmmm, um professor ... Eu tenho um professor que é uma coruja. Pensando nisso Sara riu novamente.
"Eu tenho que perguntar a Salomão o que ele pensa disso...”

*FIM DO CAPÍTULO SETE*
Salomão parecia tão feliz com seu novo nome que Sara parou de sentir-se envergonhada. Além disso, era muito agradável conversar com essa coruja.
- Você acha que eu devo conversar com outras pessoas sobre você, Salomão?
Talvez. Mas no devido tempo.
- Então você acha que por enquanto eu devo guardar segredo?
É melhor fazê-lo por um tempo. Então você pode pensar sobre o que dizer.
-É claro. Seria um pouco chocante dizer aos outros: ". Tenho um amigo coruja me fala sem mover os lábios." 

Deixe-me salientar que as corujas não tem lábios, Sara. E Sara desatou a rir.
Que coruja engraçada!

"Você sabe o que quero dizer, Solomão. Como você pode falar sem usar a boca?
E como é que eu não já ouvi alguém por aqui falando de você ou falar com você?
Ninguém aqui jamais ouviu falar de mim. E o que você ouve é não é o som da minha voz . Voce recebe os meus pensamentos, Sara. 

-Não estou entendendo. Eu posso ouvir você!
Parece que me ouve, e é verdade, mas não me ouve com os ouvidos. Não é como você ouve as outras coisas.

Então se levantou um vento gelado em volta deles e Sarah ajustou o cachecol ao redor do pescoço e puxou o gorro sobre os ouvidos.

Está prestes a escurecer, Sara. Continuaremos a falar amanhã. Pense sobre o que conversamos. Hoje à noite, quando você sonhar, você vai perceber que você pode ver. Mesmo fechando seus olhos, vê seus sonhos. Então, se você não precisa de olhos para ver, você não precisa de ouvidos para ouvir.

E antes que Sarah tivesse tempo de retrucar que os sonhos são diferentes da realidade, Solomão disse:- Goodbye, Sarah. Que dia esplêndido, não é verdade? Com estas palavras, a coruja levantou vôo e, balançando suas asas poderosas, subiu acima do bosque, da cerca e de sua minúscula amiga.

"Você é gigantesco, Salomão." Pensou Sara. Ela lembrou as palavras de Jason: "É enorme, Sara, vem e vê!"
Quando ela saiu da estrada e se dirigiu para a trilha de Thacker, viu uma coruja gigante no cimo de um poste, à vista de todos. Quase deu-lhe a sensação de que a estava esperando. Sara ficou surpresa ao encontrar tão facilmente Salomão.
Ela havia passado muito tempo olhando procurando essa coruja fugidia e misteriosa e agora deparava com ela sentada calmamente em cima do muro como se tivesse estado sempre lá.....!

Sara não sabia como abordar Salomão. O que devo fazer? Ela se perguntou. Parece estranho chegar a essa coruja gigante e simplesmente dizer "Olá, como vai você?"

Olá, como vai você, perguntou a coruja gigante a Sara.

Sara saltou para trás e Salomão deu uma gargalhada.
Não queria assustá-la, Sara. Como você está?
"Muito bem, obrigado” . É que não estou acostumada a falar com corujas.
É uma pena, disse Salomão. Alguns dos meus melhores amigos são corujas.
Sara começou a rir.
-Como você é engraçado, Salomão.

Solomão, hum ..., respondeu a coruja. Salomão é um nome bonito. Sim, acho que eu gosto.
Sara corou envergonhada. Ela tinha esquecido que ninguém os tinha apresentado.
Jason tinha dito a ela que a coruja chamava Salomão. Mas que tinha sido o pai de Billy, que havia escolhido esse nome.
"Desculpe", disse Sara ou eu devia perguntar seu nome?
Bem, eu nunca pensei sobre isso, disse a coruja. Mas Salomão é um nome bonito. Eu gosto. 
- Você nunca pensou nisso? Quer dizer que você não tem um nome?
Não, respondeu a coruja.
Sara não podia acreditar no que ouvia.
- Como é possível que você não tenha um nome?

Vai ver, Sarah, que são as pessoas que necessitam colocar um rótulo sobre as coisas. Nós já sabemos quem somos, por isso não damos importância aos rótulos. Mas eu gosto do nome de Salomão. E já que você está acostumada a chamar uns aos outros pelo nome, sinto-me bem que me chame assim. Sim, eu gosto do nome de Salomão. A partir de agora me chamarei Salomão.

CAPÍTULO 7

Sara acordou na manhã seguinte e, como sempre, enrolou-se nos cobertores, recusando-se a enfrentar um novo dia. De repente, lembrou-se de Salomão.
Solomão! Pensou ela - vi ou sonhei?

Mas, já desperta, lembrou de ter voltado para o bosque, depois da escola em busca de Salomão... e de como o gelo cedeu sob seu peso. Não, Salomão, você não é um sonho. Jason estava certo. Você é real!
Sara sorriu quando ela se lembrou de como Jason e Billy gritaram enquanto entravam bosque adentro em busca de Salomão. De repente começou a sentir o nervosismo que experimentava a cada vez que pensava em Jason se intrometendo em sua vida, oprimindo-a. Não direi nada para Jason ou qualquer pessoa que vi Salomão. É o meu segredo, pensou ela.
Sara lutou durante todo o dia para prestar atenção a seus professores. Ela não parava de pensar sobre o bosque resplandecente e o pássaro gigante e a magia...
Seria verdade que Salomão falou comigo? Se perguntou...Ou seria a minha imaginação?Talvez eu estivesse atordoada por causa da queda...
Talvez ela estivesse inconsciente e sonhando.... Será que isso aconteceu realmente?

Sarah estava ansiosa para voltar ao bosque para confirmar se Salomão existia realmente.

Quando finalmente soou o último sino , Sara parou em seu armário para guardar seus livros e sua carteira. Era o segundo dia que Sara não estava carregando todos os seus livros para casa. Ela tinha descoberto que o fato de estar carregada de livros a protegia de seus colegas intrometidos. Os livros eram uma barreira impedindo que seus companheiros frívolos e brincalhões se aproximassem dela. Mas Sarah não queria nada impedindo seu caminho. Ela saiu pela porta da frente da escola como um tiro e foi para o caminho de Thacker.
- Você esqueceu que não pode morrer afogada?- perguntou uma voz amiga de um local acima da cabeça de Sara.

- Quem é você?- Sara perguntou, olhando ao redor, procurando nas árvores nuas e estreitando os olhos contra o brilho do sol refletido na neve ao redor do terreno. - Seja você quem for, por que você não me ajudar a sair daqui?- Pensou prostrada no gelo que começou a quebrar, temendo que o menor movimento pudesse ceder sob seu peso.

-O gelo irá sustentá-la. Fique abaixada de joelhos. E então rasteje até aqui. - falou seu amigo misterioso.

Sem olhar para cima, Sara foi lentamente se pondo de joelhos. Então, cautelosamente, começou a rastejar em direção ao lugar de onde a voz vinha.

Sara não quis falar. Não era o momento certo. Estava encharcada, dormente de frio e com raiva de si mesma por ter cometido tal disparate. Tudo o que a preocupava, naquele momento era ir para casa e trocar de roupa antes que sua família retornar e encontrasse a sua roupa pingando.
-Eu tenho que ir- disse Sara. Entrecerrou os olhos contra o sol e olhou em direção ao ponto onde pensou que tinha ouvido a voz.

Então começou a refazer seus passos, tremendo e com raiva por ter tomado a decisão estúpida de atravessar o rio. De repente ela percebeu algo.

- Ei! Como você sabe que eu não posso me afogar? -Mas ninguém respondeu sua pergunta.

- Onde você estava? Ei, você! Onde você está?- gritou Sara.

Nesse instante um pássaro gigante que ela nunca tinha visto voou de uma árvore, subindo pelo ar, circulou no prado e no bosque desaparecendo na direção do sol.
Sara ficou chocada, olhando para o céu com os olhos fechados para evitar o sol deslumbrante. Salomão!

*FIM DO CAPITULO 6* ^0^
 Onde se meteu essa coruja? Ah! Quem se importa! Eu vou para casa!

Desapontada, Sara parou no meio do bosque se sentindo irritada, oprimida e um pouco confusa. De repente ela começou a refazer seus passos para deixar a vegetação pelo mesmo lugar que tinha entrado, e parou para pensar que talvez chegasse antes em casa se atravessasse o prado e tomasse um atalho, como costumava fazer nos meses de verão. Claro que o rio estava congelado. Talvez pudesse passar num lugar estreito, pensou atravessando por baixo de uma cerca rudimentar.

Sara ficou chocada ao ver como ela se sentiu desorientada no inverno. Ela tinha cruzado centenas de vezes esse campo. Era o prado que seu tio punha o cavalo para pastar durante os meses de verão. Mas tudo era muito diferente, porque os valores de referência que eram utilizados por Sara estavam enterrados sob a neve.

Lá, o rio estava completamente congelado e coberto por uma camada de neve várias polegadas de espessura. Sara fez uma pausa, tentando lembrar onde era o ponto mais estreito do rio. De repente ela sentiu o gelo ceder sob ela e antes que pudesse reagir, caiu de costas sobre a precária capa de gelo e a água do rio gelado rapidamente encharcou suas roupas. Sara recordou a viagem maravilhosa que eu tinha feito algum tempo, flutuando de boca para cima no rio, e teve um brevemente pânico ao pensar que poderia repetir a experiência, mas desta vez as águas geladas a transportaria rio abaixo, em direção a uma morte certa.

CAPITULO 6

Sara não conseguia se lembrar de qualquer momento que fosse fácil se concentrar no que acontecia na sala de aula. Ela há muito tempo concluiu que a escola era um lugar muito chato. Mas naquele dia, sem exceção, foi o pior que Sara teve de suportar. Não conseguia se concentrar no que o professor dizia. Ficava pensando no bosque. Quando finalmente tocou o sinal, Sara colocou a mochila em seu armário e se dirigiu para a floresta.

"Eu devo estar louca - murmurou para si mesma enquanto estava entrando no bosque, deixando suas pegadas profundamente impressas na neve. - Estou procurando por uma coruja estúpida que provavelmente não existe. Bem, se eu não conseguir encontrá-la imediatamente, eu vou embora. Eu não quero que Jason saiba que eu estou interessada neste pássaro."

Sara parou e escutou. O silêncio era tão denso que até mesmo podia ouvir sua própria respiração. Ele não viu nenhum animal. Nem pássaro ou um esquilo. Nada. Se não fosse as pegadas que Jason, ela e o cachorro tinham deixado lá no dia anterior, Sara teria pensado que era o único ser vivo do planeta.

Era um belo dia de inverno. O sol parecia forte durante a noite e a úmida camada da neve brilhava enquanto lentamente derretia. Tudo brilhava. Normalmente, um dia assim faria Sara se sentir alegre. Não havia nada melhor do que caminhar sozinha, perdida em pensamentos, em um dia tão bonito como este. Mas ela estava com raiva. Esperava encontrar facilmente Salomão. A perspectiva de ir para o bosque e encontrar a ave misteriosa havia despertado seu interesse, mas no momento, ficar sozinha lá, submersa até os joelhos na neve, fazia Sara senti-se ridícula.
- Salomão! Gritou Jason. Sara teve um sobressalto porque não esperava ouvi-lo gritar.
"Não grite, Jason. Se Salomão estiver aqui e ouvi-lo gritar vai desaparecer.
-Asseguro que é aqui. Eu disse a você que ele mora aqui. Se tivesse saído, teríamos visto.É enorme, Sara, de fato!
Sara e Jason adentraram no bosque, passando por baixo de um arame farpado enferrujado, remanescente de uma cerca velha e raquítica. Moviam-se devagar, testando o caminho, pois eles sabiam que poderiam ser enterrados sob a espessa camada de neve que atingia seus joelhos.
-Tenho frio, Jason.
-Falta pouco, Sara. Não desista agora, por favor.
Sara concordou em avançar, mais por curiosidade do que por causa da insistência de Jason.
'OK, mais CINCO minutos gritou Sara afundando até a cintura em uma vala que estava escondida sob a neve. A neve, fria e úmida foi filtrada através do casaco e da blusa de Sara, umedecendo-lhe a pele.
Estou voltando para casa, Jason!
Jason ficou desapontado por não ter encontrado Salomão, mas a irritação de Sarah compensava esse desapontamento. Poucas coisas lhe agradavam mais do que ver sua irmã louca. O menino soltou uma gargalhada quando viu Sara bater a neve sob a roupa molhada.
- Você acha engraçado, Jason? Certamente você inventou a história de Salomão, para que eu fique molhada e pegue uma gripe!
Não podendo parar de rir, Jason fugiu deixando para trás Sara. Por mais que se divertisse em enfurecer Sara, ele sabia por experiência que era preferível manter uma distância segura.
Não, Sara. Solomão existe! Você vai ver!
- Claro! _replicou Sara.
Sara e a amizade eterna ...
Mas por alguma estranha razão, ela sabia que Jason estava dizendo a verdade.

*FIM DO CAPÍTULO CINCO*
A insistência de Jason começava a preocupar Sara. Não costumava ser tão insistente. Normalmente, quando sentia que Sarah não estava disposta a render-se ao seu chamado, desistia, na esperança de pegá-la desprevenida em outra ocasião.. Sabia por experiência que quanto mais ele insistisse com algo q sabia que ela não queria fazer, mais ela se manteria firme em seus calcanhares. Mas desta vez era diferente. Jason mostrou um interesse que Sara não tinha visto antes, então, para surpresa e alegria de Jason, ela atendeu ao seu pedido. -"Tudo bem, Jason. Onde está este pássaro gigante?
"Seu nome é Salomão.
- Como você sabe o nome dele?

Foi dado pelo pai de Billy. Ele diz que é uma coruja. E que as corujas são sábias.Assim, ele deveria ser chamado de Salomão.
Sara se esforçou em seguir Jason, que andava apressadamente. Está muito animado com essa coruja, ela pensou. Que estranho. Ela deve andar aqui - disse Jason. Ela vive aqui.

Sara achou graça da segurança que demonstrava Jason, sabendo que na maioria das vezes seu irmão não tinha a menor idéia do estava falando. Mas ela costumava seguir o jogo, fingindo não ter notado. Era mais fácil.

Olhou para as árvores despojadas de folhas e cobertas de neve.
Eles caminharam ao longo de um muro frágil, ao longo de um pequeno caminho na neve traçado por um cão de pista que aparentemente havia passado pouco antes deles ...

Sara não passava por este caminho quase nunca no inverno. Estava longe de ser o jeito que costumava voltar para casa depois da aula. No entanto, no verão Sara passou muitos bons momentos lá. Ela continuou a avançar, observando todos os lugares com que estavam familiarizados, feliz por refazer seu caminho. A melhor coisa sobre essa trilha, Sara pensou, é estar geralmente deserta. Não passam carros ou vizinhos ... É uma estrada muito tranquila. Deveria vir aqui mais vezes
Claro que a Sra. Johnson não estava tão acostumada a lidar com as traquinagens de Jason como Sarah, e ela reconheceu que seu irmão tinha conseguido enganá-la mais de uma vez, nos dias em que ela era ingênua, mas já não conseguia mais. Agora, Sara conhecia bem Jason.

- Sara! Jason gritou, animado e ofegante.
"Não há necessidade de gritar", disse Sara, eu estou a dois metros de você!
Desculpe. -Jason engoliu em seco enquanto tentava recuperar o fôlego-Você tem de vir! Salomão está de volta!

- Quem é Salomão? Sara perguntou, lamentando no ato ter perguntado. Ela não queria mostrar qualquer interesse nos assuntos de Jason.
- Ora, Solomão! Você sabe que Salomão! Este grande pássaro que está no
caminho de Thacker!

'Eu não ouvi falar de nenhum pássaro gigante no caminho de Thacker disse - Sara, fingindo indiferença - e eu não me importo com seus pássaros estúpidos, Jason.
- Não é um pássaro estúpido, Sara, é gigantesco!
Você tem de vir vê-lo. Billy diz que é maior do que o carro de seu pai.
Vai, Sarah, venha e veja! 

-É impossível para um pássaro ser maior do que um carro, Jason.
- Asseguro que é! Basta perguntar a pai de Billy! Ele disse que um dia, voltando para casa de carro, ele viu uma sombra tão grande que pensou que era um avião passando por cima dele. Ela cobriu o carro inteiro. Mas não era um avião, Sara, foi Salomão!

Sara admitiu que o entusiasmo de Jason por Salomão começava a irritá-la. 
"Eu vou outro dia vê-lo, Jason. Eu tenho que voltar pra casa.
- Venha vê-lo, Sara, por favor! Solomão pode não estar lá outro dia. Você tem que vir agora!

CAPÍTULO 5

-Me espera, Sara!
Sara parou no cruzamento e esperou seu irmão que corria em sua direção a toda velocidade.

- Venha vê-lo, Sarah é incrível!
Claro....pensou a menina, lembrando o último item "incrível" que Jason tinha-lhe mostrado. Era uma rata de celeiro que Jason tinha apanhado na armadilha que havia preparado. "A última vez que verifiquei ela estava viva", como havia garantido à sua irmã. Por duas vezes Jason havia apanhado Sara de surpresa e havia conseguido que olhasse para dentro de sua carteira de escola onde a menina tinha encontrado um pássaro inocente ou rato que caíra atingido por Jason e seus comparsas, eufóricos e ansiosos para usar os novos rifles ar comprimido que tinham ganhado no Natal.

O que acontece com os meninos? Se perguntou Sara cansada, enquanto esperava por Jason que diminuira seu passo quando viu que sua irmã tinha parado para esperar.

Como é possível que sintam prazer em ferir bichinhos indefesos?? Gostaria de vê-los caírem em uma armadilha. Eu não acho que eles gostarariam tanto, pensou. Antes, as travessuras de Jason eram menos macabras e às vezes até divertidas, mas tomaram um vulto muito cruel.

Sara esperou no meio de uma estrada tranquila que Jason a alcançasse.
Ela conteve um sorriso ao lembrar-se de outra engenhosa maldade que Jason havia cometido, insistindo em apoiar a cabeça sobre a mesa, escondendo um vômito de borracha reluzente, e então elevar sua cabeça e mostrar seu repugnante "prêmio" quando a professora parou perto dele fitando-o. A Sr.a Johnson tinha saído correndo da classe em busca do zelador para limpar a porcaria, mas ao voltar, Jason disse-lhe que limpara ele mesmo. A Sr.a Johnson se sentiu tão aliviada que não lhe fez qualquer pergunta. A boa mulher deu permissão para Jason ir para casa.

Sara ficara surpresa com a ingenuidade da Sra. Johnson, que não havia estranhado o vômito, o qual tinha uma aparência fluida, viscosa, formando uma poça em uma mesa curiosamente bem inclinada.
Assim que ela tirou suas roupas manchadas, colocou na máquina de lavar e foi às pressas encher a banheira de água quente. Não vale a pena dar outra dor de cabeça a mamãe, pensei. Isso não a deixaria tranquila.

Sara estava imersa em água quente, sorrindo, enquanto se lavava para se livrar do acúmulo de folhas, sujeira e insetos do rio que tinham ficado presos ao seu cabelo castanho cacheado, convencida de que sua mãe estava errada.

Sara sabia que nunca iria se afogar.


*FIM DO CAPITULO QUATRO* ^^
Tinha andado centenas de vezes nas margens, mas era uma perspectiva diferente do que ela tinha visto até agora. Deslizando suavemente sobre esta incrível almofada de água, Sara tinha visto o céu azul emoldurado por árvores de forma perfeita, às vezes abundante, mas agora escassas, às vezes fina, por vezes espessa, apresentando uma série de belos tons de verde.

Sara não tinha notado que a água estava muito fria, mas parecia flutuar sobre um tapete mágico, suave e gentil, a salvo.

Por um momento, parecia que escurecia. O rio a arrastou para um bosque frondoso, cujas copas quase cobriam completamente o céu.

- Que legal! Essas árvores são fantásticas! -Sara exclamou em voz alta.

Nunca tinha caminhado até aquele local. Eram árvores imponentes, exuberante, e algumas de suas ramas se curvaram quase tocando o rio.

Nestas viu um ramo longo e sólido que parecia se inclinar amistosamente sobre a curva do rio como oferecendo uma mão.

-Obrigada árvore! - Sara disse suavemente, ganhando a borda com a ajuda da rama- é um gesto muito amável de sua parte.

Ela tinha parado na margem, aturdida, mas eufórica, tentando orientar-se.

- Caramba! - exclamou Sara quando viu o grande celeiro vermelho dos Peterson.

Quase não podia acreditar em seus olhos. Parecia que tinha atravessado em um par de minutos quase dez quilômetros de campos e pastagens ao longo do rio. Mas ela não se importava de voltar andando essa distância para casa. Cheia de uma euforia deliciosa, Sara começou a viagem de volta para casa pulando de alegria.
Sara adorava usar seus braços para manter o equilíbrio e tentar atravessar o tronco o mais rápido possível. Não sentia nenhum medo, mas tinha sempre presente que o menor deslize poderia fazer com que caísse no rio. Além disso, cada vez que ela passava por cima do tronco ouvia a voz da sua mãe alerta em sua cabeça: "Não chegue perto do rio, Sara! Você pode se afogar! "

Mas Sara deu pouca atenção a essas palavras, ele sabia algo que sua mãe sabia. Eu sabia que não poderia se afogar.

Calma e em paz com o mundo, Sara seguiu apoiada no seu observatório particular lembrando o que aconteceu dois verões antes de passar pelo tronco.
Aconteceu no final da tarde, quando Sara tinha terminado seu dever de casa e tinha descido o rio. Depois de passar um tempo observando a paisagem de sua plataforma de metal, tinha caminhado até chegar ao tronco. O rio, muito caudaloso devido ao derretimento da neve, estava maior do que o habitual e a água quase cobria o tronco. Sara hesitou em atravessar o rio no tronco.

Mas então, impulsionada por um entusiasmo rebelde, decidiu atravessar a ponte precária. Ao atingir metade, parou e tinha girado um momento, com ambos os pés apontando para o curso do rio, oscilando um pouco, mas depois havia recuperado o equilíbrio e o entusiasmo. De repente tinha aparecido Fuzzy, o vira-lata sarnento dos Pittsfield, correndo pela ponte, com uma saudação alegre e batendo nela com tanta força que a jogou nas águas tumultuosas.

"Eu estou perdida!", pensou Sara. Como minha mãe tinha me avisado, vou morrer afogada! Mas os acontecimentos tinham acontecido muito rapidamente não dando tempo para pensar. De repente, a menina estava assombrosamente boiando e maravilhosamente de costas pelo rio, olhando para uma das vistas mais belas que eu já viu.
Devido ao impacto, grandes e resistentes postes de aço haviam tombado, formando uma espécie de plataforma sobre a água. Era tão perfeito que parecia construída especificamente para atender e animar Sara.

Encostada no parapeito, olhando o rio a correr, Sara viu um gigantesco tronco flutuando na superfície, que também a fez sorrir. Outro "acidente" que lhe caia bem.
Uma forte rajada de vento tinha danificado um das grandes árvores que cresciam nas margens do rio. Então, o agricultor dono do terreno reuniu voluntários da cidade e cortaram todos os ramos da árvore antes da derrubá-la.

Sara não entendia por que ele tinha organizado aquela confusão. Afinal, era apenas uma árvore enorme e antiga.

Seu pai havia deixado que ela ficasse perto o suficiente para ouvir somente um pouco do que os homens diziam, mas Sara tinha ouvido um deles comentar que estavam preocupados que as linhas de energia estavam perto da árvore. Porém agora as serras tinham começado a funcionar e o barulho havia impedido Sara ouvir o resto da conversa, então ela tinha seguido a uma certa distância observando o grande evento, juntamente com a maioria dos moradores.

De repente, as serras ficaram em silêncio e Sara ouviu alguém gritar: "Deus! NÃO! NÃO!" Ela se lembrou de que havia coberto seus ouvidos e seus olhos estavam fechados. Quando a árvore gigante caiu, ela sentiu que um terremoto havia abalado o lugar, mas ao abrir os nossos olhos emitiu um grito de alegria ao contemplar a ponte perfeita que foi criada ligando ambos os lados do rio.

Sara enquanto admira a paisagem do seu ninho de metal, respirou fundo, querendo inalar o cheiro maravilhoso do rio. Era como se estivesse hipnotizada. Os aromas, som constante e consistente da água ... Eu amo esse rio antigo, pensou sem desviar o olhar do enorme tronco que atravessava o rio águas abaixo.

CAPÍTULO 4

Sara parou na ponte da rua principal para ver se o gelo que cobria o rio era espesso o suficiente para andar. Ela viu alguns pássaros empoleirados no gelo e vestígios das patas de um grande cão que a neve já cobria, mas observou que o gelo não era espesso o suficiente para suportar seu peso, já que ela levava seu casaco pesado, botas e sua grande mochila de livros.

Melhor esperar um pouco, pensou enquanto observava o rio congelado a seus pés.

Inclinando-se sobre o gelo, apoiando-se no parapeito enferrujado que sonhava ter sido instalado lá para o seu prazer, e se sentindo tão bem como há muito tempo não sentia, Sara decidiu ficar um tempo admirando o maravilhoso rio.

Ela colocou a mochila a seus pés e inclinou-se contra a grade de metal enferrujada, seu lugar favorito.

Descansando sobre a grade, apreciando a paisagem, Sara sorriu, lembrando o dia em que o caminhão carregado de feno de Sr. Jackson transformou uma parte da velha grade em um lugar magnífico, quando o Sr. Jackson pisou no freio de repente na estrada escorregadia e congelada para evitar bater em Harvey, o cão salsicha da Sra. Peterson. Todos os habitantes da vila falaram durante meses do episódio, observando quanta sorte teve o Sr. Jackson de que seu caminhão não caísse no rio. Sara ficava chocada com a mania que as pessoas tinham de exagerar e tornar as coisas mais sérias do que realmente eram. Se o caminhão do Sr. Jackson tivesse caído no rio, a situação teria sido muito diferente. Haveria motivos para armar um escarcéu. Ou se o Sr. Jackson houvesse caído no rio e se afogado, eles teriam razão para falar sobre isso. Mas o Sr. Jackson não caiu no rio. Pelo que Sara sabia não aconteceu nada sério. O caminhão não foi danificado. O Sr. Jackson não ficou ferido. Harvey tinha tomado um susto e sua dona não o deixou sair de casa por vários dias, mas nada aconteceu. As pessoas gostam de se preocupar, pensou Sara. Mas ela estava animada para descobrir um novo esconderijo sobre o rio.
No entanto me custaria todo o dinheiro da semana, Sara pensou, parando na calçada em frente ao pequeno café, se perguntando se ia ou não. “Finalmente decidiu não ir, lembrando as palavras que sua mãe muitas vezes repetira: “. Se você lanchar não sentirá fome no jantar. ”

Sara não entendia aquelas palavras, porque ela sempre queria comer quando lhe ofereciam algo que era gostoso. Somente quando a comida não tinha um aspecto apetitoso, ou pior, quando não cheirava bem, encontrava algum pretexto para recusá-la ou apenas comer uma ou duas garfadas. Eu acho que são as outras comidas que me tiram a vontade de comer, pensou Sara sorrindo enquanto voltava para casa. De qualquer forma, hoje, não precisava de nada, porque tudo era como a seda no mundo da Sarah.

*FIM DO CAPÍTULO 3*

-“Quando chove esse chão torna-se muito escorregadio”, disse Ellen. O estranho é que não caiam mais pessoas aqui!

Um pouco atordoada, e tão envergonhada que mal podia falar, Sara não levou em consideração as palavras pronunciadas por Ellen, mas o tom de sua voz a fez se sentir melhor.

Sara ficou chocada ao comprovar q se sentia tão impressionada com alguma outra pessoa. Era raro preferir as palavras ditas por alguém ao invés da paz que tinha em seus próprios pensamentos. Sim, foi uma sensação muito estranha.
'Obrigado, Sara murmurou enquanto tentava remover a lama que tinha aderido à sua saia.

-Quando estiver seco vai ficar melhor ", disse Ellen.

Sara voltou a impressionar-se com o que Ellen disse, palavras comuns...exceto pela maneira como ela as tinha dito. A voz calma e clara de Ellen aliviou um pouco do senso de tragédia e trauma sofrido por Sara, eliminando o seu enorme constrangimento e dando-lhe nova energia.

“Não importa”, disse Sara- É melhor nos apressarmos, se você não quer se atrasar.
Quando ela chegou à sua mesa, com o cotovelo dolorido, roupas manchadas, sapatos desamarrados, cabelos lisos e castanhos caídos sobre os olhos sentira-se bem como jamais havia se sentido em sala de aula. Não era lógico, mas assim era.


Naquele dia, caminhando para casa depois da escola foi diferente. Em vez de se engajar em pensamentos pacíficos, apenas olhando para qualquer coisa, exceto o caminho estreito que corria na neve antes dela, Sara sentiu-se cheia de energia e animada.

Como apreciava cantar, começou a cantar. Desceu a estrada feliz cantarolando uma canção popular e observando as pessoas da pequena cidade cuidando de seus afazeres.

Passando em frente ao único restaurante da cidade, lhe ocorreu parar para um lanche depois da escola. A ela bastava comer uma rosquinha coberta de chocolate, um sorvete ou uma pequena porção de batatas fritas para divertir-se por uns momentos e parar de pensar no longo dia triste que havia vivenciado na escola ...

CAPÍTULO 3

A única coisa que Sara tinha consciência quando sentou no chão lamacento em frente de seu armário, era realmente do cotovelo machucado.

Cair sempre causa uma celeuma. Acontece num piscar de olhos. Você vai às pressas para sentar em sua mesa na sala de aula antes do sino, quando de repente toma um tropeção e quando de dá conta está deitado de barriga no chão, imóvel, atordoado e com o corpo todo ferido. E o pior que pode acontecer é cair na escola, na frente de todos.

Quando olhou para cima Sarah viu um mar de rostos que a fitavam divertindo-se, sorrindo ironicamente, rindo e caçoando da situação dela... Como se nunca tivesse acontecido com eles!

Depois de se darem conta que não havia nada tão divertido como um olho roxo ou uma ferida sangrando ou uma vítima se contorcendo de dor, a multidão se dispersou e seus mórbidos colegas regressaram à sala de aula.

Um braço envolto em uma camisa azul se inclinou sobre ela e ofereceu-lhe a mão para ajudá-la a “voltar a si” enquanto a voz de uma menina perguntou:
- Você está bem? Quer se levantar?

Não, pensou Sara, quero desaparecer, mas como isso era impossível e a multidão de curiosos já havia dispersado, sorriu timidamente enquanto Ellen a ajudava a levantar-se.

Sara nunca havia conversado com Ellen, apesar de tê-la visto passando pelos corredores da escola. Ellen cursava dois anos acima de Sara e estava apenas a um ano estudando na escola.

Na verdade, Sara nada sabia sobre Ellen, mas era normal. Crianças mais velhas não se misturavam aos mais novos. Havia uma lei não escrita a respeito disso. Mas Ellen estava sempre sorrindo, e embora ela tivesse poucos amigos e quase sempre andasse sozinha, parecia feliz. Talvez tenha sido por isso que Sara a tinha notado. 

Sara também foi uma criança solitária. Ela preferia caminhar sozinha.
Naquele momento tocou, por fim, o sinal encerrando a aula.

Sara caminhou lentamente em direção à sua casa, olhando suas botas vermelhas afundarem na neve. Ela estava feliz porque nevou. Ficava feliz em estar quieta e a sós.

Estava contente por ter a oportunidade de estar na privacidade de seus pensamentos durante a caminhada de três quilômetros para casa.
Ela observou que o leito do rio embaixo da ponte da rua principal foi quase completamente coberto por gelo e pensou em descer para verificar a espessura do gelo, mas decidiu deixar para outro dia. Ela viu a água que fluía embaixo da capa de gelo e sorriu com o pensamento das muitas faces que mostrava o rio ao longo do ano. O mais divertido do trajeto para casa era atravessar a ponte sobre o rio. Sempre ocorria algo interessante lá.

Depois de atravessar a ponte, Sara olhou para cima, pela primeira vez desde que deixou o pátio da escola e sentiu uma certa tristeza ao pensar que estava apenas a duas quadras para que sua agradável caminhada a casa terminasse. Ela diminuiu o passo para saborear a paz que havia recuperado depois se virou e andou alguns metros para trás, olhando para a ponte novamente.

- Paciência! - Sara disse suspirando suavemente ao alcançar o caminho de cascalho de sua casa. Ela parou na frente dos degraus da entrada para retirar um grande pedaço de gelo com a bota e lançou com um pontapé sobre um monte de neve. Em seguida, tirou suas botas molhadas e entrou em casa.

Sara fechou a porta silenciosamente e pendurou o casaco grosso e molhado no cabide, tentando fazer o menor ruído possível. Não se parecia nada como os outros membros de sua família, que entravam gritando bem alto: "Já cheguei!" Eu queria ser um eremita, ela pensou, indo da sala de estar a cozinha.

Uma ermitã calma e feliz, que pensa, fala ou se cala, escolhendo o que ela quer fazer todos os dias da sua vida. Sim!

*FIM DO SEGUNDO CAPITULO*

CAPÍTULO 2

Você quer dizer alguma coisa Sara?

Sara ficou chocada ao ouvir o Sr. Jorgensen pronunciar seu nome.

-Sim, senhor. Sobre o que, senhor?- Gaguejou, enquanto os outros vinte e sete alunos da turma riam.

Sara não entendia por que divertia tanto a seus colegas quando alguém metia os pés pelas mãos, mas eles sempre riam às gargalhadas, como se tivesse acontecido algo realmente engraçado. O que há de tão engraçado quando você está envergonhado? Sara não sabia a resposta a essa pergunta, mas não era hora de pensar nisso, porque o Sr. Jorgensen seguia perto, fazendo ela se sentir incrivelmente constrangida com seus companheiros que olhavam com evidente alegria.

- Pode responder a minha pergunta, Sara?

Mais risos. Quando é que essa tortura iria acabar?

-Levante-se, Sara, e dê a sua resposta.

Por que ele é tão impiedoso comigo? O que há de tão importante para que eu responda essa pergunta?

Cinco ou seis crianças, os sabichões da classe, foram rápidos em levantar a mão para deixar Sara em ridículo.

......

-Não, senhor- Sara murmurou, afundando em sua cadeira.

- O que você disse, Sara? -o professor perguntou abruptamente.

-Eu disse que não senhor, eu não sei a resposta a essa resposta - Sara respondeu levantando a voz.

Mas o Sr. Jorgensen ainda não tinha terminado com ela.

- Você sabe qual é a pergunta Sara?

A menina corou, envergonhada. Não tinha a mais remota idéia do qual era a pergunta. Ela estava perdida em pensamentos, em seu próprio mundo.

- Você me permite te dar um conselho, Sara?

Sara não olhou para cima, porque sabia que se permitia ou não o Sr. Jorgensen falaria de qualquer jeito.

-Eu aconselho senhorita, que dedique mais tempo pensando sobre as coisas importantes que discutimos em sala de aula, em vez de se distrair olhando pela janela e pensando bobagem. Tentar assimilar as lições com essa cabeça tola que você tem.

Mais risos.

Quando a classe terminará?