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sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

CAPÍTULO 3

A única coisa que Sara tinha consciência quando sentou no chão lamacento em frente de seu armário, era realmente do cotovelo machucado.

Cair sempre causa uma celeuma. Acontece num piscar de olhos. Você vai às pressas para sentar em sua mesa na sala de aula antes do sino, quando de repente toma um tropeção e quando de dá conta está deitado de barriga no chão, imóvel, atordoado e com o corpo todo ferido. E o pior que pode acontecer é cair na escola, na frente de todos.

Quando olhou para cima Sarah viu um mar de rostos que a fitavam divertindo-se, sorrindo ironicamente, rindo e caçoando da situação dela... Como se nunca tivesse acontecido com eles!

Depois de se darem conta que não havia nada tão divertido como um olho roxo ou uma ferida sangrando ou uma vítima se contorcendo de dor, a multidão se dispersou e seus mórbidos colegas regressaram à sala de aula.

Um braço envolto em uma camisa azul se inclinou sobre ela e ofereceu-lhe a mão para ajudá-la a “voltar a si” enquanto a voz de uma menina perguntou:
- Você está bem? Quer se levantar?

Não, pensou Sara, quero desaparecer, mas como isso era impossível e a multidão de curiosos já havia dispersado, sorriu timidamente enquanto Ellen a ajudava a levantar-se.

Sara nunca havia conversado com Ellen, apesar de tê-la visto passando pelos corredores da escola. Ellen cursava dois anos acima de Sara e estava apenas a um ano estudando na escola.

Na verdade, Sara nada sabia sobre Ellen, mas era normal. Crianças mais velhas não se misturavam aos mais novos. Havia uma lei não escrita a respeito disso. Mas Ellen estava sempre sorrindo, e embora ela tivesse poucos amigos e quase sempre andasse sozinha, parecia feliz. Talvez tenha sido por isso que Sara a tinha notado. 

Sara também foi uma criança solitária. Ela preferia caminhar sozinha.

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