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domingo, 10 de fevereiro de 2013

-'Oh, Salomão, esqueci' .... Sara gemeu, irritada consigo mesma por ser tão esquecida.

O terceiro passo é encontrar aquele ponto onde você sente o que você quer. Falar sobre o que você quer até sentir que você o conseguiu.

-Você não disse em que consiste o quarto passo, Salomão, lembrou Sara animada.
O quarto passo é o melhor. Sara. Consiste em obter o que deseja.

O quarto passo é a manifestação física do seu desejo.

Divirta-se com isso, Sara. Não se esforce demais para se lembrar de tudo que lhe expliquei. Pratique a apreciação. Essa é a chave. Agora é melhor você ir. Amanhã continuaremos a conversar sobre o assunto.

Apreciação, Sara pensou..... Trata-se de pensar no que aprecio....

A primeira imagem que me veio à mente foi Jason, seu irmão mais novo. Uau! Como é difícil, pensou Sara enquanto saía do bosque de Salomão.

Comece com algo simples! Lhe recomendou Salomão enquanto alçava vôo.

"Muito bem", disse Sara, rindo. Eu eu te amo, Salomão...pensou ela.

Eu também te amo, Sara. Ela ouviu a voz de Salomão claramente, embora ele já estivesse voando para longe e não mais pudesse vê-lo.

*FIM DO CAPÍTULO ONZE*
Bem, Sara. Vamos falar sobre isso. Durante aqueles momentos quando você se sentia péssima, o que você estava fazendo?
-Eu não sei, Solomon. Na verdade eu não fazia nada....observava, nada mais.
Exatamente, Sarah. Observava as circunstâncias, mas as circunstâncias que optou observar lhe levaram a tomar parte da cadeia de dor.
-Mas Salomão protestou Sara, como eu posso evitar de ver algo de errado e não me sintir mal em ver tal coisa?

É uma excelente pergunta, Sara, e eu prometo que em devido tempo a responderei. Sei que não é fácil aprender tudo isso de pronto. A razão pela qual lhe custa compreender se deve, em primeiro lugar, a que as pessoas estão acostumadas aobservaras circunstâncias, mas não a prestar atenção aos seus sentimentos enquanto observam, de modo que as circunstâncias controlam suas vidas. 

Se você vê algo bom, reage se sentindo bem, e se você observar algo de errado, e reage se sentindo mal. Quando as circunstâncias controlam suas vidas, a maioria de vocês sentem-se frustrados, o que faz com que muitas pessoas continuem a fazer parte da cadeia de dor.

- Como posso evitar cair na cadeia de dor, para ajudar alguém a sair dela caso caia nela?

Há muitas maneiras de se conseguir isso, Sara. Mas o meu sistema favorito, que funciona mais rápido para todos, consiste em cultivar pensamentos de apreciação.

- Apreciar?

Sim, Sara, para se concentrar em algo ou alguém, e cultivar pensamentos que façam você se sentir maravilhosa. Apreciar tanto quanto possa essas pessoas ou objetos. É a melhor maneira de se unir à cadeia de alegria.

Lembre-se, é o primeiro passo é?

-Saber o que não quero, respondeu Saraorgulhosa em ter a resposta.
E o segundo passo?

-Saber o que eu quero.

Sara e a amizade eterna ...

Muito bem, Sara. É o terceiro passo é ...?
-Se ele é tão natural, se a nossa verdadeira natureza, porque a maioria de nós raramente se sente bem?
As pessoas querem se sentir bem, e mais, a maioria das pessoas querem francamente, ser boas. Isso representa uma parte importante do problema.
- O que quer dizer? Como é possível o fato de querer ser bom representar um problema?
Vai ver, Sarah, as pessoas querem ser boas, de modo que olham ao redor para ver como os outros vivem, para entender em que consiste a bondade. Observam as circunstâncias em torno deles, vêem coisas que lhes parecem boas e outras que lhes parecem ruins.

- E isso é ruim? Eu não vejo o que está errado nisso.

Descobrirá que geralmente quando as pessoas observam as circunstâncias que os cercam, boas e más, não percebem como se sentem. E é aí que reside a falha. Em vez de perceber como lhes afeta o que vêem, em sua busca da bondade, se esforçam para encontrar o mal e eliminá-lo. O problema, Sara, é que, enquanto se esforçam em eliminar a parte ruim, tornam-se parte da cadeia de dor. 

As pessoas estão mais preocupadas em observar, analisar e comparar as circunstâncias do que perceber como se sentem. Muitas vezes, são as circunstâncias que as arrastam para a cadeia de dor. Pense sobre o que aconteceu durante os últimos dias e tente relembrar os sentimentos mais intensos que você experimentou. O que aconteceu quando você se sentiu mal nesta semana, Sara?

-Eu senti péssima ao ver como Tommy e Lynn zombavam de Donald. Eu me senti péssima quando as crianças zombavam de Donald em sala de aula, mas eu me senti pior foi quando Donald despejou sua raiva em mim. Eu apenas estava tentando ajudar, Salomão...
Este é o segundo passo para quebrar a cadeia de dor. O primeiro passo é reconhecer o que você não quer. Segundo, decidir o que você quer.

"É muito fácil", disse Sara, que estava começando a se sentir mais animada.

O terceiro passo é o mais importante, Sara, mas a maioria das pessoas ignorá-o.Ele funciona da seguinte forma: após a identificação que você quer, você tem que sentir isso como se fosse real. Você tem que falar sobre por que deseja isso e descrever como você se sentiria se o conseguisse, explicar, fingir que conseguiu isso ou se lembrar de um momento parecido ... Continuar pensando sobre isso até encontrar um ponto onde você sinta isso.

Continuar a falar para si mesma sobre o que você deseja, até você se sentir bem.
Ao ouvir Salomão incentivando-a a passar o tempo imaginando coisas, Sara não conseguia acreditar no que ouvia. Mais de uma vez ela teve sérios problemas por causa disso.

Salomão estava dizendo exatamente o oposto do que lhe diziam seus professores na escola.

Mas Sara confiava em Salomão. E estava mais que disposta a tentar um novo sistema, já que o dos outros era evidente que não estava funcionando.
- Por que o terceiro passo é o mais importante, Salomão? 

Porque até que você mudar o seu humor, não terá mudado nada. Continurá a fazer parte da cadeia de dor. Mas quando você mudar o seu humor, você vai se tornar parte de uma cadeia muito diferente. Terá se juntado à cadeia de Salomão, por assim dizer.

- Como se chama a sua cadeia, Salomão?

Eu não chamo de qualquer forma. Trata-se apenas de sentir.

Mas você pode chamá-la de cadeia da alegria, ou a corrente de ser. A cadeia de sentimento bom. É a cadeia natural. É a nossa verdadeira natureza.
Pelo menos eu sei que eu não quero, pensou Sara. Eu não quero me sentir a assim. Menos ainda quando estou conversando com Salomão.

Isso é bom, Sara. Você acabou de dar, conscientemente, o primeiro passo para acabar com essa cadeia de dor. Você reconheceu conscientemente o que não quer.

- E isso é bom? Perguntou Sara. Não me parece.

Porque você só deu o primeiro passo, Sara. Você tem que dar mais três.

- Qual é o próximo passo, Salomão?

Não é difícil entender o que você não quer. Você concorda com isso, Sara?

-Sim. Isto é, na maioria dos casos eu sei. 

Como você sabe o que você está pensando sobre o que você não quer? 

-Eu não sei....eu...percebo...

Você sabe a maneira que se sente, Sara. Quando você pensa ou fala sobre o que você não quer, você sempre sente uma emoção negativa. Você sente raiva, decepção, remorso, vergonha ou medo. Quando você pensa sobre o que você não quer sempre se sente mal.

Sara pensava sobre os últimos dias, durante os quais ela tinha experimentado uma maior carga de emoções negativas do que o habitual.

Você está certo ", disse a Salomão. Esta semana ao ver como aquelas crianças agiam com o pobre Donald, senti mais emoções negativas. Estava muito feliz em tê-lo conhecido, Salomão, mas depois fiquei furiosa ao ver como eles se riam de Donald. 

Agora eu entendo que a maneira com que me sinto tem a ver com o que eu penso.

Bem, Sara. Agora vem a segunda etapa. Toda vez que você perceber o que você não quer, sente facilidade em entender o que você quer?

Bem ... Sara fez uma pausa, tentando decifrar, mas não lhe parecia claro.

Quando se sente mal, o que você quer?

-Sentir-me bem!Sara respondeu sem hesitação. 

Quando você não tem dinheiro suficiente para comprar algo que você gosta, o que você quer?

-Ter mais dinheiro ", disse Sara.

CAPÍTULO 11

- Por que todo mundo é tão ruim, Salomão? Sara perguntou tristemente.
Todas as pessoas são ruins, Sara? Eu não tinha notado.

-Bem, não todos, mas muitas são... Não entendendo isso....

-Quando eu me comporto mal, eu me sinto terrível. 

Então, por se comporta mal, Sara?

-Geralmente porque alguém se comportou mal comigo. Acho que faço isso para me vingar... 

-E acha que vale a pena, que lhe satisfaz?

"Sim", disse Sara na defensiva.

Em que sentido, Sara? O fato de vingar-se de alguém faz com que se sinta melhor? Será que as coisas mudam, ou elimina os danos causados?

-Não, não acho.
Na verdade, Sara, com isso só se consegue acrescentar mais mal ao mundo. É como se unir à cadeia de dor dessas pessoas. Se sentem magoados, então te magoam e então você ajuda a fazer outra pessoa sentir-se magoada, e assim por diante.

- Mas quem começou essa corrente de dor? 

Não importa onde começou, Sara.O que importa é o que você faz com ela quando ela chega a você. O que há em tudo isto, Sara? O que levou você a se unir a esta cadeia de dor?

Profundamente perturbada, Sara falou a Salomão sobre o novo aluno, Donald, e o que havia acontecido em seu primeiro dia de aula. Ela falou dos valentões que não se cansam de implicar com Donald. Contou a Salomão sobre o episódio perturbador que ocorreu no hall da escola. E enquanto revivia os incidentes, descrevia-os a Salomão.

Sara sentiu invadi-la novamente a mistura de dor e raiva. Uma lágrima rolou pelo seu rosto, a qual enxugou rapidamente com as costas da mão irritada pois ao invés de manter uma conversa agradável com Salomão, como sempre, estava choramingando e balbuciando.

Isto não lhe parecia forma de se comportar com Salomão.

Salomão ficou em silêncio por um momento, enquanto na cabeça de Sara borbulhavam pensamentos dispersos e desconexos. Ela notou que Salomão a observava com seus olhos grandes, suaves, mas não se sentiu perturbada. Era como se Salomão a tivesse induzido a desabafar.
Ontem, depois da escola, Sara tinha visto Donald jogar sua caixa de lápis para a lata de lixo ao lado da porta. Quando Donald foi embora, Sara havia resgatado o objeto chamativo e o salvo em sua mochila.

Sara viu Lynn e Tommy passar pelo corredor. Ouviu-os correr para baixo as escadas. Viu Donald em frente a seu armário, imóvel, olhando como se esperasse qualquer coisa que pudesse resolver sua situação, ou como se desejasse entrar dentro dele e evitar lidar com o que estava lá fora. Sara sentiu um nó no estômago. Não sabia o que fazer, mas queria ajudar Donald. Depois de olhar para o corredor para se certificar de que os valentões sairam, pegou a caixinha vermelha de sua bolsa e correu para Donald, que guardava seus livros em seu armário em uma tentativa inútil de recuperar a compostura.

- Oi, Donald. Ontem eu vi que você jogou isto no lixo , -disse Sara, sem mais delongas,- eu acho bonito. Eu acho que você deve ficar com ele.

- Eu não quero! - estalou Donald.

Assustada, Sara retrocedeu enquanto tentava recuperar o equilíbrio mental.

- Se você gosta tanto, fique com ele!- Gritou Donald.

Depois de guardar às pressas em sua mochila, esperando que ninguém tinha visto ou ouvido esta conversa desagradável, Sara correu para o pátio da escola e foi para casa.

-Por que eu me meto no que não me importa? - ela se perguntou, com raiva de si mesma. – Tenho que aprender isso!

*FIM DO CAPITULO DEZ* ^^

CAPÍTULO 10

Ei, bebezinho! Você ainda faz xixi na cama?

Sara os observava com raiva enquanto zombavam de Donald. Como sua timidez a impedia de intervir, tentou desviar o olhar para não ver o que estava acontecendo. - Eles pensam que são muito inteligentes. - murmurou baixinho. São cruéis.

As "pessoas inteligentes" de sua classe, provocadores que estavam sempre na gangue, estavam tirando sarro do Donald, um garoto novo que se juntou a classe nesses dias. Sua família havia se mudado recentemente para a cidade e alugou uma casa velha, na esquina da rua onde vivia Sara. A casa estava vaga há meses e mãe de Sara ficou contente com a chegada de novos inquilinos. Sara tinha visto eles descarregam os seus pertences em uma velha van, se perguntando se aqueles os móveis velhos e escassos eram suas únicas posses.

Era muito difícil chegar em uma nova cidade onde não se conhece ninguém, e ter de suportar um valentão de segunda categoria que fica sempre no seu pé.

Enquanto observava Lynn e Tommy zombavarem no corredor de Donald, os olhos de Sara se encheram de lágrimas. Lembrou as risadas de ontem na sala de aula quando o professor pediu para Donald se levantar e se apresentar a seus novos companheiros de classe e ele se levantou segurando uma caixinha de lápis vermelho brilhante. Sara admitia que era um típico erro de criança na idade de seu irmão, mas não havia razão para humilhá-lo assim.

Sara percebeu que este tinha sido o ponto decisivo para Donald. Se ele tivesse resolvido à situação de maneira diferente, de pé, sem se importar e sorridente, não dando valor ao que os outros pensassem sobre ele, talvez as coisas tivessem evoluído de forma diferente. Mas não foi assim. Donald, envergonhado e aterrorizado, tinha afundado na cadeira, mordendo o lábio. O professor tinha repreendido a classe, mas sem sucesso. As crianças não se importavam com o que o senhor Jorgensen pensasse sobre eles, mas importava muito a Donald o que a classe pensava sobre ele.
Bem, Sara, explique-me o que você aprendeu hoje, disse Salomão, sorrindo.
- Que eu posso voar por toda a cidade sem que o tempo passe? Sara respondeu em tom curioso, querendo saber se era isso que Salomão queria ouvir. Ou o que Jason e Billy não podem me ouvir ou ver-me quando vôo porque são demasiado jovens ou não estão prontos? Que lá em cima, quando você voa, você não sente frio?
Tudo está perfeito, Sara, e nós conversaremos sobre isso mais à frente, mas você não notou que enquanto falava sobre o que não queria não conseguia o que queria? No entanto, quando você começou a falar sobre o que queria – e o que é mais importante, quando você começou a sentir o que você queria, você conseguiu isso imediatamente?

Sara ficou em silêncio, enquanto tentava recordar o que dissera anteriormente. Mas não era fácil pensar que no que ela tinha pensado ou sentido antes de voar. Preferia pensar sobre a sua experiência do vôo.

Pense nisso, muitas vezes, Sara, e pratique o máximo de vezes que puder.
- Quer que eu pratique voar? Concordo!

Não só voar, Sara. Quero que você pratique o que você quer e porque você quer, até que você possa senti-lo. Isto é o mais importante que aprenderá de mim, Sara.
Divirta-se com isso.

Com essas palavras, Salomão alçou vôo e voou para longe. 
Este é o melhor dia da minha vida, pensou Sara. Hoje eu aprendi a voar!

*FIM DO CAPÍTULO NOVE*
Voava tão alto que os carros na rua principal pareciam formigas. Então, sem esforço, deu um rasante quase tocando o chão, gritando de alegria e espanto com a velocidade com a qual cortara o ar. Deslizou pelo rio com seu rosto tão perto da superfície da água que sentiu o cheiro doce de musgo, passou sob a ponte da rua principal e saiu do outro lado.

Solomão voava ao lado dela, como se tivessem praticado esse vôo centenas de vezes. 
Voaram durante horas, até que, com o mesmo impulso poderoso que a havia elevado no ar, Sarah desceu para retornar ao seu corpo e a terra.
Ela estava tão animada que mal podia recuperar o fôlego. Tinha sido a experiência mais fabulosa de sua vida.

- Foi incrível, Salomão! Gritou Sara. Tinha a sensação de ter voado durante horas.
- Que horas são? Ela perguntou de repente olhando para o relógio, convencida de que teria problemas em voltar para casa tarde, mas o relógio mostrou que apenas alguns segundos haviam decorrido
-Sua vida é muito diferente, Salomão. Nada é o que parece...
O que quer dizer, Sarah?

"Bem, voamos por todo o povoado sem que tenha passado o tempo. Não é estranho? E o fato de que eu possa conhecê-lo e conversar com você, enquanto Jason e Billy não podem vê-lo ou falar com você. Isso também não lhe parece estranho?
Se quiserem duro o suficiente, eles poderiam me ver e falar comigo ou se eu desejasse forte o suficiente, poderia influenciar os seus desejos.
- O que quer dizer?

Foi o entusiasmo de Jason e Billy por algo que não tinham visto o que a levou para o meu bosque. Eles foram um elo muito importante na cadeia de eventos que levou à nossa reunião.

Acho que você está certo, Sara disse, recusando-se a reconhecer que seu irmão havia sido o arquiteto dessa experiência extraordinária. Preferia pensar que não era um tremendo chato daqueles o elemento chave dessa aventura maravilhosa que ela tinha vivido. Isso exigiria um esforço de imaginação que Sarah não estava disposta a fazer.
Ela via as pequenas lojas localizadas ao longo da rua principal: Loja do Hoyt, a mercearia, a farmácia do Pete, onde eles vendiam mantimentos, jornais e medicamentos, os correios... Ela via seu belo rio serpenteando através da aldeia.
Uns poucos carros circulando nas ruas, e um punhado de pessoas que se deslocavam de um lado a outro...

- Oh, Salomão! Exclamou Sara extasiada. Esta é a melhor coisa que aconteceu na minha vida! Vamos para a minha escola. Eu vou te mostrar onde passo meu dia. A voz da menina desapareceu enquanto voava em direção à escola.
- Que aspecto diferente tem a escola vista do ar! Disse Sara surpresa com o quão grande lhe parecia. Dava-lhe a impressão de que o teto se estendia até a
o infinito!

-Oh! Exclamou. Podemos baixar e nos aproximar, ou temos que voar tão alto?
Você pode ir onde quiser, Sara.

Depois de emitir um grito de alegria, Sara desceu para fazer o sobrevoar o pátio do recreio e passar lentamente na frente da janela de sua classe.

- Isso é genial! Olhe Salomão! Eu posso ver a minha mesa, e lá está Mr. Jorgensen!
Sara e Salomão voaram de um lado da cidade ao outro, às vezes fazendo um vôo rasante e depois subindo novamente no ar até quase tocar as nuvens.

- Olha, Salomão, ali estão Jason e Billy! Ei, Jason, veja como vôo! Gritou Sara. Mas Jason não ouviu... Eiii, Jason! Sara gritou mais forte, veja-me!
Estou voando!

Jason não pode ouvi-lo, Sara.


- Por quê? Eu posso ouvi-lo...
É muito cedo para ele. Ele não começou a fazer perguntas. Mas começará. No SEU devido tempo.
Então, Sara compreendeu mais claramente porque Jason e Billy ainda não haviam visto Salomão.
-Não podem ver a você também, não é Salomão? Sara estava feliz que Jason e Billy não podiam ver Salomão. Se pudessem vê-lo seria um estorvo, pensou ela.

Sara não conseguia se lembrar de ter apreciado tanto em sua vida.
O que é que gosta de voar, Sara? Descreva para mim o sentimento, a sensação... 
Sara curvou-se com os olhos fechados, fingindo voar sobre o seu povo.
- Seria divertidíssimo, Salomão! Voar deve ser muito divertido. Atravessaria o céu com a velocidade do vento. Me sentiria livre! Me sentiria fabulosa! -Sara continuou, absorta na visão imaginada.

De pronto, experimentando a mesma sensação de poder que havia percebido no vôo de Salomão, vendo-o alçar voo da cerca dias atrás, ela sentiu um impulso poderoso que a levantou no ar a uma velocidade que lhe tirou o fôlego .
Por uns momentos teve a sensação que seu corpo pesava uma tonelada, e logo em seguida como se não tivesse peso. E então começou a voar.

- Olhe para mim, Salomão!
Sara exclamou entusiasmada! Estou voando! Salomão voava junto a ela e eles ganharam o ar acima da cidade de Sara. Da aldeia em que nasceu. Das pessoas que conhecia em cada centímetro. As mesmas pessoas que neste momento vislumbrava a partir de uma perspectiva que ela nunca havia imaginado!
- Bom! Isso é ótimo, Salomão! Eu adoro voar!
Salomão sorriu de alegria com o entusiasmo extraordinário que demonstrava Sara.
- Onde vamos, Salomão? 

Você pode ir onde quiser.
- Este é supergenial! Gritou Sara, observando sua pequena e pacata vila.
Ela lhe parecera tão bonita.

Ela tinha visto sua aldeia do ar em uma ocasião, quando seu tio havia levado ela e sua família para um passeio em um avião. Mas ela não tinha visto nada. As janelas do avião eram muito altas e cada vez que ela se ajoelhava para colocar o rosto na janela e olhar para fora, seu pai a obrigava a sentar-se e prender seu cinto de segurança. De modo que Sara não havia se divertido muito nesse dia. Mas isso...isso é muito diferente !... Viu tudo. As ruas e edifícios de seu povo.

CAPÍTULO 9

Eu gostaria de voar como você, Salomão.
Por que, Sara? Por que você gostaria de voar?
"É chato andar sempre. Vai muito lentamente.

Demora muito para ir de um lugar ao outro e não se vê quase nada. Você só vê coisas que estão no chão. Coisas chatas.
Você não respondeu à minha pergunta, Sara.
"Sim, eu respondi Salomão. Eu quero voar porque ...

Porque você não gosta de caminhar, porque parece chato... Na verdade, Sara, você não me disse porque você QUER voar. Voce me disse porque não quer não voar.
- Não é o mesmo?

Claro que não, Sara. Há uma grande diferença. Por favor, tente novamente.
Um pouco surpresa com os esforços de Salomão em criar problemas, Sara começou novamente.
"Muito bem. Eu quero voar porque andar no chão não é divertido e demora muito para começar ir de um lado ao outro....
Oh, Sara! Veja como você continua falando sobre o que não quer e por que ele não quer? Por favor, tente novamente.
"Tudo bem. Eu quero voar porque ... Eu não entendo, Solomão! O que quer que eu diga?

Eu quero saber o que você deseja, Sara.
- Voar! Sara gritou, furiosa com a incapacidade de Salomão, em entendê-la.
Bem, Sara. Agora me diga porque você quer voar. Como imagina que é voar? Como você se sentiria? Explique-me para que eu compreenda, Sara. Descreva-me o que se sente ao voar. Eu não quero que você me diga o que você sente lá embaixo, na terra, ou o que significa não voar. Eu quero saber o que se sente ao voar.

Sarah fechou os olhos, capturando o que Salomão quis dizer, e respondeu:
-Voar é se sentir livre, Salomão. É como flutuar, mas mais rápido.
E o que veria se voasse?

-Veria todas as pessoas aos meus pés. Veria a rua principal, os carros andando e pessoas caminhando. Veria o rio. Veria minha escola.
-Você formulou uma pergunta, Sara, mas não com palavras. As perguntas não somente são formuladas com palavras.

-Isso é muito estranho, Salomão. Como você pode fazer uma pergunta sem palavras?

-Pensando a pergunta. Muitos seres e criaturas se comunicar através do pensamento. A verdade é que eles se comunicam com mais frequência do que usando as palavras. As pessoas são as únicas a usarem apenas as palavras. Mas, mesmo elas muitas vezes se comunicam através do pensamento em vez de palavras. Pense sobre isso.

-Você vê, Sara, eu sou um mestre velho e sabido que há muitissímo tempo descobriu que fornecer informações que o aluno não tenha pedido, é um desperdício de tempo.

Sarah riu da ênfase exagerada que Salomão deu às palavras "sabido" e "muitissímo". Eu adoro esta coruja maluca-pensou.

-Eu também te amo, Sara- disse Salomão.

Sara corou, tinha esquecido que Salomão podia ouvir seus pensamentos. De repente, sem mais uma palavra, Salomão fez seu voo batendo as asas poderosas e desapareceu da vista de Sara.

CAPÍTULO 8

Você é um professor, Salomão?

- Claro, Sara.

-Mas você não falar sobre as coisas que os verdadeiros professores, desculpas, os outros professores, falam. Quero dizer, você falar sobre coisas que me interessam. Algumas coisas muito interessantes.

-Na verdade, Sara, só falo de coisas das quais você fala. Eu ofereço apenas as informações que podem ser úteis quando me fazes uma pergunta. Todas as respostas que são dadas sem que ninguém faça uma pergunta é uma perda de tempo. Nem o aluno nem o professor se divertem com elas.

Sara pensou sobre o que acabara de dizer Salomão, e percebeu que a menos que ela fosse lhe perguntar algo concreto, a coruja não dizia nada.

-Espere um minuto, Salomão. Eu me lembrei que você disse algo que eu não perguntei.

-O que eu disse, Sara?

-Você disse: "Você esqueceu que não pode morrer afogada?" Foi a primeira coisa que você me disse Salomão. Eu não disse uma palavra. Eu estava sobre o gelo, mas não fiz qualquer pergunta.

-Isto indica que Salomão não é o único aqui que fala sem mover os lábios.

- O que você quer dizer?